A iniciativa do sex shop acontece somente para mulheres. O g1 também conversou com uma sexóloga sobre os tabus e preconceitos que ainda afetam o prazer feminino. Vibradores têm vários formatos e atuam em diferentes áreas de estímulo
Fábio Tito/g1
Grande, pequeno, com ou sem sugador e até com controle remoto à distância: o vibrador ainda é um item que chama atenção e, neste Dia do Orgasmo (31), pelo menos mil mulheres em Fortaleza serão presenteadas com o novo ''amiguinho''.
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Um sex shop vai fazer uma ação com a distribuição de mil vibradores nesta segunda-feira. A ação é inédita e acontece no espaço físico da loja, que fica localizada na Avenida Barão de Studart, Bairro Meireles.
O gerente Elias Soares explica que a iniciativa surgiu pensando no prazer feminino e como incentivo para que o tema deixe de ser um tabu para as mulheres.
"É um brinquedo para que ela possa se autodescobrir, descobrir novas formas de prazer e diversificar a autoestima e a qualidade que ela possa ter no prazer enquanto mulher", comentou com o g1.
Para pegar o presente, é preciso ter mais de 18 anos. A distribuição acontece entre 10h e 15 horas no Sex Shop Anjo Sado. Senhas serão distribuídas, sendo um vibrador por CPF.
A expectativa de Elias é de que o dia seja de festa. Atrações humorísticas irão participar, como Aurineide Camurupim. São dois modelos de vibradores a serem doados, o golfinho e o outro que, de acordo com o gerente, é surpresa (confira as fotos ilustrativas abaixo).
O golfinho é um modelo bastante pesquisado.
Arquivo pessoal
Segundo Elias, o objetivo também é fugir da ideia de que vibradores precisam ter formato de pênis. O golfinho, por exemplo, é compacto e tem uma ponta mais fina. Ele é uma boa pedida para quem ainda não tem costume de usar o item.
"Queremos fazer com que as mulheres se sintam valorizadas, que elas possam decidir sobre si mesmas. 'Quem disse que eu não posso ter um brinquedo, um estimulador?’. Nossa ideia é que elas possam quebrar o medo de entrar em uma loja desse gênero, achando que aquilo não é para ela", reforçou o gerente.
Tabu ainda existe
Dia do Orgasmo: busca pelo ‘autoprazer’ estimula consumo de produtos, como os vibradores
Poison Sex Store/Divulgação
Dani Fontinele, terapeuta sexual e sexóloga clínica, aponta que há uma condição histórica que explica o motivo do tema ainda ser tabu. Segundo a profissional, o prazer da mulher nunca foi considerado e este é um problema enfrentado até hoje, especialmente pela herança do cristianismo.
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Como, por muito tempo, o sexo foi colocado como pecado e era feito apenas para procriação, os desejos da mulher foram facilmente colocados de lado.
"Se a mulher precisasse ter orgasmo para engravidar, a gente não estaria aqui hoje", disse a sexóloga.
Ainda conforme a especialista, a forma como enxergamos o prazer do homem e da mulher é diferente. "Antigamente, o prazer da mulher era ficar em casa cuidando da casa e dos filhos. O prazer do homem era uma necessidade e um direito", comentou ao g1.
De acordo com Dani, apenas na década de 60, com o lançamento da pílula anticoncepcional, é que algumas mudanças mais drásticas passaram a acontecer.
"Por que foi tão revolucionário? Porque a pílula possibilita a mulher fazer sexo sem ser para engravidar. Até hoje, se a gente for ver, uma mulher que fala sobre sexo, que gosta de sentir prazer, que fala sobre orgasmo, é um absurdo, um tabu. São muitos anos para a gente apagar, que vamos ter de luta. A mulher tem desejo, pode gostar de sexo", refletiu a sexóloga.
Benefícios do orgasmo
O orgasmo traz benefícios para a saúde.
Getty Images via BBC
Sentir prazer sexual pode, ainda, ajudar a melhorar a saúde. De acordo com Dani Fontinele, o orgasmo ajuda a relaxar, melhora o sono, reduz o estresse, alivia dores, melhora a imunidade, além de outros benefícios.
Como aponta a especialista, pode-se chegar a isso com uma parceria, mas também sozinhas. "O momento de masturbação é uma autodescoberta necessária para a felicidade", diz.
Conforme Dani, é importante conhecer sua própria vagina, especialmente na hora de adquirir um vibrador, e ela dá dicas:
"Pegar um espelhinho para olhar e observar o que compõe, onde está o clitóris, se é mais sobressalente ou não. Cada uma vai ter uma vulva diferente. É aprender como eu gosto de ser tocada, qual a intensidade, lugar, velocidade", afirma.
Como primeiro vibrador, a sexóloga sugere o bullet, um modelo mais discreto. Dani ainda avisa: é preciso superar a ideia de que o vibrador é algo para ser somente introduzido na vagina. "Antigamente, se chamava de consolo. Você não tem um pênis, então se consola com algo. Tem muita coisa além disso. O bullet é um massageador de clitóris. Mas tem sugadores de clitóris e outros tantos. É preciso experimentar", disse.
O bullet é um tipo de vibrador utilizado para massagem externa
Panty Nova | Reprodução
Usar o vibrador junto com o parceiro ou parceira pode ser outra ideia para desbravar o mundo do prazer. O importante, avisa a especialista, é saber que não há regras quando falamos de sexualidade. A única, aliás, é a do 'tem que': "Tem que experimentar, tem que estar aberta para experimentar. Se não estiver, procure ajuda. O ideal é que a mulher se conheça", concluiu a terapeuta sexual.
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