Após fumar por 50 anos, idosa vence o vício e comemora um ano longe do cigarro: 'Qualidade de vida'

Fabio Pereira Dos Santos
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Selma Ventura, de 65 anos, é moradora de Aparecida (SP) e mudou radicalmente para conseguir largar o vício. No mês da campanha Agosto Branco, médico dá dicas para quem quer deixar de fumar. Após fumar por 50 anos, idosa vence o vício e comemora um ano longe do cigarro: 'Qualidade de vida'. Arquivo pessoal Após passar 50 anos sendo refém do vício em fumar, uma idosa do interior de São Paulo conseguiu vencer o cigarro e já está há um ano sem fumar. O processo foi difícil, exigiu resiliência e determinação, mas para ela foi um esforço que valeu a pena e hoje é motivo de orgulho: "Ganhei qualidade de vida". A administradora Selma Ventura, de 65 anos, mora em Aparecida (SP). Ela conta que começou a fumar quando tinha cerca de 15 anos, por influência de amigos da escola e na entedia a o risco em que estava colocando a própria saúde, via o ato apenas como um ato de rebeldia. "A minha historia é quase igual de todos. Comecei a fumar na escola, época do ginásio, por influência dos amigos. Eu dei uma 'fumadinha' no banheiro escondida. Pra mim era apenas uma travessura, mas nunca mais parei. Na época eu tinha uns 15 anos quando comecei a fumar e foram 50 anos assim", contou. Dona Selma, parou de fumar a um ano Arquivo pessoal Após décadas refém do vício em cigarro, o pulmão começou a dar sinais de problemas. No entanto, o que era apenas o medo de uma doença, se tornou um divisor de água na vida de Selma. "Eu sempre falava que se eu tivesse algum problema no pulmão eu ia parar com o cigarro e foi o que aconteceu. Ano passado, na pandemia, eu estava com uma tosse muito feia, nem dava para fumar de tanta tosse, ai fui na pneumologista e ela falou que eu tinha uma infecção no pulmão por conta do cigarro. Foi ai que percebi que tinha que parar mesmo", comentou. Cigarro Geri Tech/Pexels Selma conta que se viu em uma situação complicada, em que precisava mudar de vida e hábitos para continuar viva. Ela se curou da infecção pulmonar e desde então não colocou mais nenhum cigarro entre os lábios. "Eu fiz o tratamento da infecção com a médica por alguns meses e no final eu estava curada. Isso faz um ano. Desde então eu parei de fumar, até que não foi difícil, foi sem esforço nenhum, o que teve mesmo foi força de vontade e determinação. Eu sabia o que tinha que fazer, fui lá e fiz", disse. Mesmo já se passando 365 dias sem fumar, Selma conta que às vezes sente vontade de voltar para o vício, mas que se colocou como prioridade, pensa na saúde e busca apoio na família. Assim, a idosa, que, que é mãe de três filhos e avó de três netos, resiste e não cai em tentação, até como forma de dar exemplo. "Já bateu a vontade de voltar a fumar e resisti firmemente. O vinho dá vontade de fumar, mas passa rápido. Desde que parei com o vício, sinto a diferença na pele, no paladar e no hálito. Além disso, aumentou muito minha qualidade de vida. O melhor motivo para parar de fumar é a questão da vida mesmo, precisamos de uma vida saudável", afirmou. Dr José Roberto Megda Filho, pneumologista Arquivo pessoal Como largar o vício? Agosto é o mês conhecido pela conscientização contra o câncer de pulmão. O tabagismo tem relação com vários tipos de câncer e é responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão segundo Instituto Nacional de Câncer. O g1 conversou com o pneumologista José Roberto Megda Filho, que atua em Taubaté, e que deu dicas para as pessoas que desejam parar de fumar ou já pararam e querem se manter longe do vício. "A gente tem três tratamentos específicos para a quem quer parar de fumar. O primeiro a gente chama de reposição de nicotina. Essa reposição de nicotina pode ser feita através de adesivos, através de goma de mascar. Quando você fica sem cigarro, pode te dar sintoma de abstinência e a reposição ajuda a controlar isso", explicou. "Temos também a Bupropiona, que é um antidepressivo que ajuda as pessoas a pararem de fumar. Então, especificamente, a gente tem dois remédios atualmente, né? Que é o Bupropiona e a terapia de reposição de nicotina. Cada paciente a gente tem que avaliar individualmente para ver se tem indicação ou não de usar esse tratamento", completou. Para quem parou de fumar há pouco tempo, o médico explica que não é somente ficando longe do cigarro que o vício será vencido e o corpo ficará saudável. É preciso uma mudança de hábitos e estilo de vida. câncer de pulmão juiz de fora Reprodução/TV Integração "Tentar praticar uma atividade física, tentar manter hábitos saudáveis e o principal é evitar o primeiro trago, isso é importantíssimo. Igual os alcoólatras evitam o primeiro gole, quem parou de fumar tem que evitar o primeiro trago", disse. "Situações que levem ele ao primeiro trago também devem ser evitadas. Por exemplo, parou recentemente de fumar e vai a um churrasco de família onde todo mundo fuma. Evita de ir no churrasco, depois as coisas voltam ao normal. Se eu tenho vício relacionado com cafeína, evita de ficar tomando café nesse momento", disse José Roberto. Além disso, o médico orienta que para vencer o vício é preciso ter determinação e que por mais difícil que pareça em um primeiro momento, é um esforço que vale a pena. "Mantém a guarda alta, mantém a força de vontade, isso é fundamental, porque você vai colher. É um investimento, tem que parar de fumar, tem que pensar que está investindo na sua saúde. O investimento é a longo prazo e vale a pena", afirmou. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina


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