Sistema chamado de SALVE também têm o registro de mais de 364 espécies Criticamente em Perigo (CR), o maior grau de risco de extinção. Iniciativa tem como foco fornecer informações sobre a localização, o estado de conservação e as ameaças que essas espécies enfrentam. A ararinha-azul, ou Cyanopsitta spixii, é uma espécie Criticamente em Perigo de extinção, possivelmente extinta na natureza. Restam pouco mais de 160 indivíduos em cativeiro.
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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançou uma plataforma que reúne dados de mais de 5 mil espécies da fauna brasileira avaliadas em relação ao risco de extinção.
Chamado de Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE), a iniciativa começou a ser desenvolvida em 2016 e tem como objetivo facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar as informações mais acessíveis, contribuindo para a geração de conhecimento e a implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade. O site pode ser acessado por meio desse link.
A interface está disponível para especialistas, pesquisadores, estudantes, jornalistas e todos que quiserem consultar informações sobre as espécies ameaçadas. Por meio de um sistema de busca, é possível inserir a espécie pretendida (tanto pelo nome comum quanto pelo nome científico) e obter dados como grupo, categoria, última atualização da avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural, população e muito mais.
Um dos destaques da plataforma é o fato de ela conter 364 registros de espécies classificadas como Criticamente em Perigo (CR), a categoria de maior risco atribuído pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Entre essas espécies, encontram-se animais emblemáticos da nossa fauna, como o pica-pau-amarelo, o muriqui-do-norte, o aruá-do-mato, o sapo-folha, a tartaruga-de-couro, a jararaca-ilhoa e a ararinha-azul.
Em maio, o g1 contou inclusive um pouco da história do muriqui, o maior macaco das Américas, nativo da Mata Atlântica e símbolo de tranquilidade e harmonia por viver sempre em grupo e geralmente abraçando seus parceiros e filhotes.
Paixão de pesquisadora dos EUA por macaco brasileiro aumenta população dos muriquis na Mata Atlântica
A SALVE foi desenvolvida por uma equipe coordenada pelo ICMBio, mas também teve o apoio do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção, e a participação de especialistas da comunidade científica.
Até o momento, foram publicadas e disponibilizadas fichas de 5.513 espécies, mas a expectativa é que até o final deste ano, a lista de espécies ameaçadas da fauna brasileira seja atualizada, e mais informações estejam acessíveis para a sociedade, já que mais de 14 mil espécies foram avaliadas pelo projeto.
Esperança para as espécies ameaçadas
O coordenador da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (COFAU) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, destacou que a iniciativa irá contribuir efetivamente com a conservação das espécies ameaçadas, já que a iniciativa tem como foco fornecer informações sobre a localização, o estado de conservação e as ameaças que essas espécies enfrentam.
"O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna", adiantou.
Jorge citou que atividades importantes da gestão ambiental serão beneficiadas diretamente com as informações do sistema, como as demandas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis Naturais (IBAMA) e de outros órgãos ambientais para disponibilização de dados sobre as espécies ameaçadas. "Agora estará tudo disponível prontamente na plataforma. Isso deverá permitir qualificar ainda mais os processos de licenciamento, por exemplo", reforçou.
A jararaca-ilhoa, uma das espécies mais perigosas do mundo.
Rafael Benetti
Um outro ponto importante ressaltado pelo analista é que empreendedores também poderão ter acesso a informações relevantes sobre os locais onde planejam instalar empreendimentos, auxiliando na tomada de decisões e, consequentemente, na preservação do meio ambiente.
"Análises realizadas a partir dos registros de ocorrência de espécies disponibilizados no SALVE permitirão verificar áreas de concentração de espécies ameaçadas.
Assim, empreendedores poderão avaliar, por exemplo, se numa determinada região, onde pretendem implantar um empreendimento há maior risco à biodiversidade e, a partir dessa informação, ter um maior cuidado ou mesmo optar por um local alternativo, com menor sensibilidade. Esse tipo de análise vem sendo realizada pelo ICMBio por meio dos Planos de Redução de Impacto à Biodiversidade (PRIM)", complementou Rodrigo Jorge.
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