Episódio aconteceu na madrugada do dia 31 de julho, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Polícia ouve funcionários de lanchonete onde jovem ouviu ofensas racistas
Reprodução/TV Globo
A Polícia Civil ouviu nesta terça-feira (8) cinco funcionários da lanchonete onde um jovem negro ouviu ofensas racistas de uma mulher que se apresentou como médica. O caso aconteceu em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, na madrugada do dia 31 de julho.
Os funcionários chegaram na delegacia por volta das 8h30 e, por orientação do advogado, não gravaram entrevista.
Ouvidos por mais de 3 horas, eles contaram que, naquela noite, o movimento na loja estava tranquilo, sem filas, quando Amanda Queiroz Ornela, de 31 anos, ficou ao lado do caixa para escolher o lanche.
Segundo eles, Mattheus da Silva Francisco chegou logo depois com um amigo e os dois não perceberam que Amanda estava ali.
A mulher, então, começou a fazer ofensas racistas contra o estudante de 22 anos.
Mattheus: Agora fala que eu sou preto!
Amanda: Preto! Ué, tu é branco?
Mattheus: Você me chamou de preto, vai, fala.
Outra cliente: Fala da forma que você falou aqui na frente de todo mundo!
Amanda: Amanda Ornela, médica, caça aí o CRM.
Outra cliente: E racista!
Amanda: Racista! Odeio preto. Odeio preto. Sou obrigada?
Outro cliente: Você acha que pode ter esse ato de racismo aí só porque você tem dinheiro?
Amanda: Racismo não dá cadeia!
Outra cliente: Vai perder a noite na delegacia, vai gravar na delegacia, vai ficar gravadinho lá... Sabe por quê? Racistas não passarão!
Segundo Mattheus, a discussão começou porque Amanda disse que ele furou a fila da lanchonete.
“A gente parou ao lado dela pra fazer um pedido de lanche porque não tinha fila única. Aí, a atendente no caso atendeu eu e meu amigo primeiro do que ela. Ela se revoltou contra a gente e começou a insultar a gente”, disse Mattheus.
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Mulher que se identificou como Amanda Queiroz Ornela vai responder por racismo
Reprodução/TV Globo
Na lanchonete, Amanda disse aos funcionários ser médica e casada com um bandido.
Uma das funcionárias ouvidas nessa manhã também contou que estava no caixa e que ficou muita nervosa com a situação.
Ela disse ainda que não conseguiu terminar o atendimento de Amanda porque a mulher gritava muito.
O caso foi registrado como injúria por preconceito. Na delegacia, Amanda também se identificou como médica.
Delegacia: A senhora é médica?
Amanda: Médica psiquiatra, porque pra ser psiquiatra tem que ser médica, filho. Oito anos.
Mas o Conselho Regional de Medicina não identificou nenhum registro no sistema no nome de Amanda Ornelas.
No dia, ela foi liberada depois de ouvida. A Polícia Civil informou que as imagens apresentadas foram incluídas ao procedimento, mas que não capturaram a conduta criminosa, e sim o momento posterior.
A mulher prestou novo depoimento na última quarta-feira (2) e confessou ter chamado Mattheus de “preto” durante a discussão, mas disse que não quis ofender.
Amanda contou que estava bêbada e que passou o dia bebendo cerveja e cachaças.
A mulher também disse aos policiais que trabalha em uma farmácia como auxiliar administrativa e que se apresentou como médica porque uma pessoa, que estava na lanchonete, disse que era advogada.
Amanda contou ainda que falou que era casada com um miliciano por medo de ser agredida e que só teve noção das coisas que falou no dia seguinte, com a circulação dos vídeos.
O caso é investigado pela 35ª DP (Campo Grande).
Procurada pelo RJ1 nesta terça, Amanda Ornela disse que já se pronunciou sobre o caso na delegacia e que não falaria novamente sobre o assunto.
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Assista à reportagem completa:
Polícia investiga racismo após confusão em lanchonete
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