Professor se inspira em músicas de Gusttavo Lima e cria paródias para ensinar: 'Controla o milho, bebê'

Fabio Pereira Dos Santos
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Gilliardi Dalazen conta que paródias ajudam a revisar conteúdos complexos em sala de aula. No campo, agricultores aprendem com as músicas. Vídeos viralizaram; confira. Professor de agronomia produz paródias para para explicar conteúdo Um professor do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grosa (UEPG) conquistou a atenção dos alunos ao criar paródias musicais com conteúdos da disciplina que leciona. A estratégia de Gilliardi Dalazen aposta em hits do sertanejo para traduzir assuntos complexos. Assista ao vídeo acima. Tudo vai parar nas redes sociais, divertindo inclusive quem não é da área da agronomia. Um dos vídeos tem mais de 273 mil visualizações em uma rede social e tem como tema "Aplica um dessecante", uma versão "Termina comigo antes", do cantor Gusttavo Lima. Há ainda uma criação em cima da letra "Fala comigo, bebê", também de Gusttavo Lima. Fala comigo, bebê X Controla o milho, bebê O professor percebeu que a música poderia ser uma ferramenta poderosa para despertar o interesse dos estudantes em assuntos agronômicos, muitas vezes considerados complexos e técnicos demais. Amante da música e autodidata, Gilliardi teve a ideia de transformar conceitos e teorias em melodias quando começou a dar aulas na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná. "Juntei duas paixões. Eu sou músico autodidata, aprendi sozinho a tocar violão, tocar sanfona, até cavaquinho. E a outra paixão é a agronomia, mais especificamente a área das plantas daninhas. Aí pensei em juntar essas duas paixões para tentar facilitar e tornar mais interessante os conteúdos", conta. Segundo o professor, alguns conteúdos sobre plantas daninhas, como a área fisiológica e bioquímica de herbicidas, são difíceis de memorizar até mesmo por profissionais e produtores rurais. Você viu? Jovem viraliza ao cantar hit de Gloria Groove e Marina Sena com bode de estimação Porém, o professor ressalta que as paródias servem como revisões para o conteúdo que leciona na sala de aula. "Não é só cantoria nas aulas. Às vezes, quando a paródia contempla o conteúdo, a gente faz essa revisão musical. Quando está chovendo, as aulas práticas viram musicais", conta. Termina comigo antes X Desseca uns dias antes Como ele cria as paródias Professor e alunos cantando paródias sobre herbicidas Reprodução/Redes sociais O docente também é professor da pós-graduação na UEL e afirma que toda semana faz o trajeto entre Ponta Grossa e Londrina. No caminho, as músicas que houve vão inspirando novas paródias. Gilliardi relata que a primeira paródia que escreveu foi com a música "Cabeça Branca", do cantor Tierry. "O ritmo do verão era a música 'Cabeça Branca'. Aí pensei e criei sobre o herbicida glifosato. Eu sempre gravo o áudio cantando e envio para os alunos para eles aprenderem", diz. Após os ajustes finais e ensaios da música, professor e alunos gravaram um vídeo na casa do próprio Gilliardi. Em seguida, legendaram o vídeo e postaram nas redes sociais. Na mesma semana, segundo o professor, o vídeo de estreia viralizou. "Foi simplesmente um sucesso. Teve rádio me ligando para dar entrevista e muita gente comentando que ficou interessante", falou. Alunos participativos Os estudantes participam ativamente das paródias, cantando e dançando. Sérgio Luiz Rocha Faraum, de 24 anos, é engenheiro agrônomo e participou dos primeiros vídeos e paródias. Ele foi aluno de Gilliardi na UEL e conta que gostava muito das aulas. De acordo com o ex-aluno, durante uma edição do Congresso Nacional de Plantas Daninhas houve um campeonato de quiz sobre o tema e as paródias ajudaram a decorar o assunto. "Nosso grupo foi campeão, superando as outras universidades. Então, a música é um complemento para o ensino", diz. Sérgio Luiz Rocha Faraum participou da paródia com outros estudantes e o professor Gilliardi Redes sociais Nos corredores da universidade a criatividade do professor vai ganhando notoriedade. A estudante de agronomia da UEPG, Daniela Moraes, de 21 anos, ficou sabendo da "fama" do professor antes mesmo de ter aulas com ele. Segundo Daniela, a excelência didática do professor vai além das músicas e cativa os estudantes. Ela confessa que ficou muito feliz quando o professor a convidou para participar da gravação de um dos vídeos. "Ele falou: 'Essa é uma paródia nova e só você sabe a letra, vamos cantar que vai ser sucesso'. Eu ensaiava em casa e a minha família inteira já estava com a música na cabeça", riu. Estudante de agronomia da UEPG, Daniela Moraes e professor Gilliardi Dalazen Reprodução/RPC Viral no campo Gilliardi explica que o objetivo das composições também é ajudar técnicos e agricultores no manejo das plantas. Uma das coisas mais importantes para o professor é a informação correta na letra. Uma legislação publicada no dia 15 de maio de 2023, no Diário Oficial, estabeleceu a obrigatoriedade da aplicação de medidas de manejo de plantas voluntárias de milho no território paranaense. "Durante a colheita é natural perder grãos e espigas durante a colheita. Esses grãos e espigas ficam no solo, só que quando eles germinam, a gente chama eles de milho voluntário ou milho tiguera e essas plantas de milho servem como hospedeiras para uma praga chamada 'igarrinha do milho'", explica. De acordo com o professor, a praga é prejudicial ao milho e a legislação estabelece que o produtor é responsável por manter a área livre de milho tiguera. O agricultor de Mangueirinha, no sudoeste do Paraná, Laércio Dalla Vecchia, conta que já conhecia o professor antes dos vídeos, mas que adora a forma como as músicas explicam os assuntos. "Eu que sou apenas agricultor aprendo muito. Sem dúvidas, ajuda muito além dos alunos", disse. O professor afirma que música e agronomia estarão sempre lado a lado. Ele destaca que produz outros vídeos técnicos e que as paródias em si não são consideradas trabalho ou fonte de renda. Assista ao vídeos do g1 Paraná Veja mais notícias da região em g1 Campos Gerais e sul.

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